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Sem infraestrutura, Parque da Serra Azul completa 21 anos


A retirada ilegal de plantas, frutos, queimadas e tráfico de animais têm sido um dos principais problemas enfrentados pelos quatro funcionários que hoje administram o Parque Estadual da Serra Azul(Pesa), localizado em Barra do Garças-MT (a 499 km da capital Cuiabá-MT), na região leste do estado.

Com uma área que corresponde a mais de 11 mil campos de futebol, o Pesa está passando por sérios problemas de infraestrutura. Hoje, o parque conta com um coordenador, um biólogo e dois agentes. Segundo Pedro Fernando, coordenador do Pesa, o correto seriam dois biólogos, quatro agentes ambientais, um gerente e um agente administrativo para que o trabalho surtisse o efeito esperado no parque. “O mesmo número da época em que o parque foi fundado”, disse Pedro.

Depois de quase duas décadas da criação do parque, a área pastoril que foi degradada pelos fazendeiros está sendo reflorestada. Segundo Pedro Fernando, o parque não iria receber esse reflorestamento no momento, o projeto iria ser realizado em um parque ambiental na cidade de Rondonópolis e acabou sendo transferido para Barra do Garças-MT, em forma de compensação pelo não reflorestamento ao parque de Rondonópolis.

O Pesa chegou a ter 12 agentes ambientais e dois veículos automotivos. Esse fator dava condições de fiscalizar o Parque. “Hoje, com apenas dois agentes ambientais, não temos como cumprir as prerrogativas que existiam no projeto inicial”, finalizou o coordenador do Pesa. Segundo Pedro Fernando, coordenador do Pesa entre 2013 e 2014, mais de 200 mil pessoas visitaram o parque. Cerca de cinco mil pessoas por mês. Já o biólogo do Parque Estadual da Serra Azul, Marcelo Barbosa, relata que os turistas recolhem o lixo e não levam nada da fauna e flora do local. Marcelo foi enfático em dizer que: “Infelizmente essas atitudes não são notadas em alguns dos visitantes que moram na grande Barra”.

Em relação ao meio ambiente, o biólogo Marcelo Barbosa declarou que as áreas de pastagem das fazendas que ali existiam e que agora estão sendo reflorestadas são os maiores problemas de recuperação para o Parque. Depois vem questões como a organização das visitações nas cachoeiras, como na cachoeira da Usina. “Temos o caso da cachoeira do Pé da Serra que não é apropriada para banho e sim para contemplação, só que as pessoas não respeitam, infelizmente”, esclareceu Marcelo.

Daril Pereira Souza, agente ambiental do Pesa, que está no parque desde a sua fundação em 1994 e declarou que a falta de veículos para fazer a fiscalização no parque é o principal problema para o desenvolvimento das atividades fiscalizadoras.

Uma questão que sempre gerou dúvidas na equipe do Pesa é sobre a colocação de animais recuperados no parque. De acordo com o presidente da Organização não Governamental (ONG), Amigos dos Animais, Garrincha Francisco Candido, até o ano de 2012, os animais eram colocados no parque, após quarentena, porém com risco de infecção generalizada, há dois anos, está proibido a recolocação desses animais no Pesa. “Com o fechamento, hoje, somos obrigados a enviar os animais recuperados para zoológicos em outras cidades ou até mesmo ficarmos com eles em cativeiro na própria associação, um fato lamentável”, pontuou Garrincha.

Já foram catalogadas várias espécies de pássaros das mais diversas regiões do Brasil que reproduzem no Parque, o que o torna tão importante para o país e, apesar de toda importância, o estado, hoje, arca somente com pagamento dos funcionários e desde a sua criação apenas o reflorestamento da área de pastagem contou com verba do Fundo Estadual do Meio Ambiente. Não há previsão de repasses estaduais ou federal para o Parque, muito menos auxílio da iniciativa privada, com isso, não existem medidas para melhorar a infraestrutura do Pesa.


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