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Agroflorestar em Barra do Garças: uma prática saudável com resultados satisfatórios


Proprietários do lote escolhido pra implantação do projeto seu José da costa e Dona Deuslene José



O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, utilizando mais de 1 milhão de toneladas destes produtos por ano, o que significa aproximadamente 25 kg de agrotóxicos (equivalente a 10 a 25 mil litros de calda) por hectare de área plantada, segundo dados da Sindag.

Com tantos danos à natureza causados por práticas agrícolas, novas práticas de preservação vêm surgindo, entre elas o Agroflorestamento. Agroflorestar,em um sentido mais amplo, são sistemas agroflorestais (SAFs) de combinações do elemento arbóreo com herbáceas e/ou animais, organizados no espaço e/ou no tempo.

O agrônomo Marcelo Gavlik Batista Da Silva realizou no assentamento Serra Verde, que tem sua entrada localizada a 30 km do município de Barra do Garças- MT, um projeto voltado para o Agroflorestamento. Marcelo Gavlik explicou que “em um mesmo espaço, é possível utilizar todos os extratos que ele possui, isso ocorre com a combinação por exemplo de plantas com raízes maiores e plantas com raízes menores”, diz o especialista.

Com o aumento da população, a agricultura vem produzindo e se destacando cada vez mais no cenário atual. Entretanto, a agricultura moderna modificou a relação entre vida e solo. Com o aumento dessa produção e com o rompimento da relação entre a vida e o solo, este último torna-se cada vez mais transitório.

Com a degradação do solo, outros espaços servem para o plantio, ocasionando danos ao Meio Ambiente. Uma das alternativas encontradas para amenizar a degradação é justamente o projeto “Agroflorestar”. “Nós plantamos as mudas de árvores de 3 a 5 metros uma da outra e no intervalo entre elas, plantamos outros tipos de espécie aproveitando. Por exemplo, plantamos cacau (que dura em média cinco anos para ser produzido) juntamente com alguma hortaliça (que será colhido no máximo em dois meses). Assim, intensifica-se o uso da terra em um mesmo lugar”, ensina o agrônomo.

Na prática de agroflorestamento, os danos dão lugar à organização e ao aproveitamento do espaço. Segundo o entrevistado, a ideia do projeto, inicialmente, era a educação agroflorestal, mas deu tão certo que já foi implantado cerca de 13 agroflorestas. Desses, tivemos sucesso em 11. Não só alcançamos nossas expectativas como as superamos”, afirma Gavlik.

No Brasil o agroflorestamento ainda é pouco conhecido. Para quem se interessa pelo assunto, o russo Ernst Götsch, conceituado em agroflorestamento, oferece cursos para ensinar a prática de agroflorestamento.

Gavlik declara que a partir de um curso realizado com o especialista é que resolveu investir na área. “Depois de um curso que fiz em Brasília, retornei à Barra do Garças e me veio a ideia de implementar, em caráter experimental, o agroflorestamento em um espaço de 5x6, no Lote29, do assentamento Serra Verde, localizado a 30 km do município de Barra do Garças, de propriedade de José da Costa Carvalho e Deuslene José de Carvalho”, explica ele.

Além desses projetos, outros já vem sendo realizados no município de Barra do Garças-MT. A fazenda Flor de Ibez é uma das que também merece reconhecimento. Este, por sua vez, o trabalho pode ser conhecido por uma página do facebook, em que o casal Simón e Antonella divulga o excelente trabalho realizado.

No mês de novembro do ano de 2014, o casal divulgou em sua página que duas parcelas de Agrofloresta haviam sido implantadas contendo gliricídia, canafístula, neem (espécies de arvores), cedro, banana, pupunha, abacaxi, mandioca, hortaliças e ervas. Em janeiro de 2015, o casal também organizou uma vivência grupal em Agrofloresta,que contou com sintonia grupal, atividades no campo, almoço vegetariano e projeção de filmes.

A ideia funciona muito bem, pois a prática reconcilia o ser humano com o meio ambiente. A agrofloresta funciona com cooperação através da organização, respeitando o tempo e o espaço do Meio Ambiente. Na prática de agroflorestamento, qualquer espaço é possível ter terra boa novamente e faz um bem danando, tanto ao meio ambiente quanto à própria população. Basta apenas, a conscientização para o ato de plantar e replantar.


O agrônomo Marcelo Gavlik e o russo Ernst Götsch



Agroflorestamento Fazenda Flor de Ibez

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