top of page

Mais da metade da população de Barra do Garças tem acesso a tratamento de esgoto

Mesmo com algumas reclamações, a rede de esgoto da cidade atende cerca de 60% da população, superando a média nacional, a meta é que, até 2033, 95% da população seja atendida.

Fachada da empresa Águas de Barra do Garças


Apesar de ter mais de 202 milhões de habitantes, segundo dados do IBGE/2014 (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apenas 58% da população brasileira tem acesso a rede geral de coleta e tratamento de esgoto IBGE/2010. Em Barra do Garças - MT, cidade que possui por volta de 50 mil habitantes ( IBGE/2010), cerca de 60% da população tem acesso à rede e tratamento de esgoto, segundo Agatha Matos, gestora da empresa Águas de Barra do Garças.

Os principais relatos dos moradores das áreas sem tratamento é sobre o “mal odor intenso nas regiões, principalmente quando chove”, relata Jaqueline Vieira, moradora do bairro Vila Maria. Já a residente do bairro Abel Lira, Talita Santos, diz que “o esgoto que não é tratado é despejado em fossas, feitas pelos próprios moradores em suas residências”. Para Daniel Pinheiro e Jeferson Spanholli, moradores do centro da cidade, suas casas estão ligadas à rede de esgoto e nunca tiveram problema com a coleta.

O tratamento, segundo Júlio Cesar Oliveira, responsável pelo ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) se dá em três etapas: a primeira é a lagoa anaeróbia, onde ocorre a degradação por bactérias adicionadas à matéria orgânica trazida pelo esgoto; a segunda etapa é a lagoa facultativa, que se baseia na formação de flocos que ficam suspensos na parte aeróbia devido à turbulência produzida pelos aeradores; a terceira etapa é a lagoa de maturação, essa lagoa tem como principal função à remoção de microrganismos patogênicos (bactérias, vírus, cistos e ovos de parasitas intestinais) nela, ocorre uma desinfecção do esgoto através da exposição ao sol.

Após o tratamento, o esgoto fica com 80% de eficiência de remoção dos resíduos, seguindo o padrão exigido pela resolução Nº 430, de 13 de maio de 2011, e é descartado no Córrego Fundo e no Rio Araguaia sem risco de contaminação.

A gestora Agatha Matos fala que “durante o período chuvoso, tem um problema que precisa ser combatido, é o lançamento indevido da água da chuva na rede de esgoto. É que algumas casas têm a rede de água ligada ao sistema de esgoto, e isso gera um grande transtorno, porque o sistema, a lagoa e as bombas são feitas para suportar o esgoto, então se elas recebem uma quantidade absurda de água que vem da chuva, interfere no funcionamento dos equipamentos, que a acaba tendo que trabalhar mais horas do que eles são dimensionados, e essa água ela perturba as bactérias que fazem os tratamentos na lagoa de esgoto.”

Para solucionar esse problema, ela revela que “fizemos a desconexão de algumas redes de drenagem da cidade, das nossas redes de esgoto e a gente constantemente faz o serviço de vistoria pra identificar as casas que estão fazendo lançamento indevido de água de chuva na rede de esgoto”. Segundo Agatha, desde que assumiu o tratamento de esgoto em 2013, a empresa vem fazendo vários investimentos como a implantação de 23 km de rede de esgoto somente no ano passado e com previsão de atender 95% da população até 2033. Porque segundo ela, “esgoto é saúde e a incidência de doenças que é transmitida por conta do contato com fezes humanas e com esgoto é muito alta, então existem muitos prejuízos tantos pros animais, pra fauna e pra flora quanto para o próprio ser humano que pode ficar doente por conta do não tratamento de esgoto”.

Agatha ressalta que, “o tratamento de esgoto depende muito da população, ela precisa se comprometer a fazer o que a gente considera um bom uso da rede, que é, não colocar dejetos como absorventes, areia, óleo e uma série de materiais que a gente encontra na rede de esgoto e que prejudica o funcionamento da rede”, por esse mal uso ela diz que “diariamente a gente faz a limpeza tanto das nossas elevatórias que tem gradiamentos justamente para a gente reter os dejetos que são lançados na rede de esgoto por mal uso, quanto nos bueiros”. A rede de esgoto de Barra do Garças, apesar de estar acima da média de coleta e tratamento do Brasil, ainda necessita de melhorias, tanto na manutenção, quanto na expansão. E todo esse serviço fica mais fácil, é claro, se houver uma colaboração através do uso consciente por parte da população.


Agatha Matos, diretora da ETA


Posts Em Destaque
Siga
  • Facebook Basic Square
  • YouTube Social  Icon
  • Google+ Basic Square
bottom of page