5º Dia de Campo da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta na Fazenda Brasil
As práticas agrícolas de monocultivo realizadas há décadas têm causado pressão sobre o ambiente, tais como a erosão e perda de fertilidade dos solos, assoreamento dos cursos d'água, poluição do solo e da água e emissões de gases de efeito estufa.
O desenvolvimento sustentável pode ser a solução para esses problemas. Entende-se por desenvolvimento sustentável, aquele que supre as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
Diante desse cenário, o sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) torna-se uma alternativa viável de produção para recuperação de áreas alteradas ou degradadas. A integração de árvores com pastagens e/ou com lavouras é conceituada como o sistema que integra os componentes lavoura, pecuária e floresta, em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área. Possibilita que o solo seja explorado economicamente durante todo o ano, favorecendo o aumento na oferta de grãos, de carne e de leite a um custo mais baixo, devido ao sinergismo que se cria entre lavoura e pastagem.
Atualmente, os sistemas de ILPF completos, ou seja, que contemplam as espécies agrícolas, pastagem e floresta conjuntamente ainda são pouco adotados. Algumas opções de sequência de implantação em pasto degradado envolvem no 1º ano, a soja ou arroz, no 2º ano, milho ou sorgo, no 3º ao 5º ano, pastagem ou o retorno da plantação de soja; ou então, no 1º ano, milho ou sorgo ou milheto, e no 3º ao 5º ano, a pastagem.
Na última sexta-feira dia 22, aconteceu na cidade de Barra do Garças (MT), o 5º Dia de Campo da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, realizado na Fazenda Brasil.
No ano de 2010, foi instalado um sistema ILPF, em uma área de 100 hectares dentro da Fazenda Brasil. Nos dois primeiros anos, enquanto as árvores cresciam, a fazenda produzia grãos, assim mantendo seus lucros econômicos ativos. No ano de 2014, foi inserido o capim entre os renques de árvores e a pecuária de corte entrou no sistema. Como componente florestal, a fazenda utiliza eucalipto, teca, mogno brasileiro, nim, acácia mangium, pequi, baru e jatobá.
Outra atração do dia do campo foi a discussão sobre restauração florestal e adequação ambiental na região do Vale do Araguaia. E contou com a presença de acadêmicos da Universidade Federal De Mato Grosso- Campus Universitários do Araguaia, alunos de técnicos em agronegócio da Escola Técnica Estadual de Barra Do Garças.
O 5º Dia de Campo da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta na Fazenda Brasil foi um evento de transferência de tecnologia sobre ILPF promovido em Mato Grosso pela parceria entre Embrapa e Sistema Famato/Senar.
O presidente do Sindicato Rural, Eduardo Baroni, que esteve presente no evento, conta que o sistema ILPF tem re
sultado econômico extremamente forte e que a fazenda Brasília abre as portas com gratidão ao público para mostrar os resultados do trabalho. Como está envolvido também órgãos públicos como a Embrapa, o trabalho deve ser repetir no próximo ano.
