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Cobrança por sacolas plásticas no comércio é novidade para consumidores da região


O uso exagerado do plástico já é considerado um dos maiores problemas ambientais deste século. Especialistas estimam que haja mais de 5 bilhões de toneladas de plástico espalhadas pelo planeta, causando danos como poluição, entupimento de bueiros, enchentes e mortes de animais, registradas em imagens tristes e impressionantes. Segundo uma pesquisa realizada este ano pela Fundação Ellen MacArthur, se o uso de plástico continuar aumentando no ritmo atual, em 2050 os oceanos terão mais plástico do que peixes.

Este ano, a União Europeia lançou um pacote de medidas para proibir o uso de materiais descartáveis feitos com plástico comum, como copos, cotonetes, pratinhos, garrafas e outros tipos embalagens e obrigar os fabricantes a usar materiais sustentáveis. No Reino Unido, a rede de lanchonetes McDonald's vai substituir, a partir de setembro, os canudos de plástico pelos de papel. Outras 40 companhias também fizeram acordo com o governo para reduzir, nos próximos sete anos, a poluição causada pelo plástico. Na cidade do Rio de Janeiro, o plástico já supera o papel e o vidro no lixo doméstico.

Em muitas cidades brasileiras, boa parte do comércio, especialmente os supermercados, já cobra pelas sacolinhas plásticas. Em algumas delas, a medida é regulamentada por lei e visa diminuir o alto consumo desses produtos feitos com plástico comum que podem levar centenas de anos para se decomporem na natureza. Em outras, são fornecidas gratuitamente ou vendidas sacolinhas biodegradáveis, produzidas com materiais especiais que se decompõem mais facilmente.

Em Barra do Garças não existe legislação municipal sobre o fornecimento de sacolinhas e a cobrança pelas embalagens é uma novidade para os consumidores. O recém-inaugurado supermercado Atacadão, um dos maiores da cidade, é o primeiro a adotar a medida. A empresa oferece sacolas ao preço de 20 centavos a unidade. Elas são feitas de material biodegradável, que se desfaz em apenas 18 meses, quase 70 vezes mais rápido que o plástico comum. Com o tempo de decomposição menor, elas ajudam a reduzir os danos causados ao meio ambiente. Só aqui na cidade, estima-se que sejam usadas cerca de 300 mil sacolinhas plásticas por dia.

Para os clientes que optam por não pagar pelas sacolinhas biodegradáveis ou não usam a sacola retornável, conhecida como ecobag, o supermercado oferece outra alternativa: a caixa de papelão. O recomendado é que cada cliente tenha sua própria sacola reutilizável, que é feita de tecido ou materiais não poluentes e cabem uma grande quantidade de produtos. As ecobags podem ser compradas em diversas lojas e na internet. Os preços variam bastante conforme o modelo, mas custam em média cerca de 20 reais.

De acordo com o supermercado Atacadão, o dinheiro arrecadado com a venda das sacolinhas biodegradáveis é doado à Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) e aos Doutores da Alegria, uma organização que leva arte aos pacientes de hospitais públicos. Ainda segundo a empresa, a medida também é uma forma de incentivar os consumidores a desenvolver uma consciência maior em relação à preservação do meio ambiente e ao consumo consciente do plástico, especialmente das sacolinhas, muito usadas para descartar o lixo doméstico.

Os consumidores da região foram pegos de surpresa com a novidade implantada pelo supermercado. “Acho caro pagar por sacola, mas uso para levar coisas de um lugar para outro e para jogar lixo em casa. Não estou usando nada para levar as compras, pois ainda não sabia que tinha que ter uma sacola retornável nem que eram oferecidas caixas de papelão” afirma Éden, morador da cidade de Bom Jardim, a 40 quilômetros de Barra de Garças.

Para outros, a cobrança pelas sacolinhas biodegradáveis força uma mudança de hábito ou ao menos uma reflexão sobre o consumo de sacolas plásticas comuns, altamente poluentes e prejudiciais ao meio ambiente. “Acho que deveria ser de graça as sacolas, mas, como é destinado às associações acho correto. Prefiro usar caixa de papelão do que comprar sacolas, é mais útil para carregar as coisas. Em média por compra eu usaria umas 20, então acho que já diminui bastante as sacolas que vão pra rua e entopem bueiro e causam poluição mais tarde", diz a dona de casa Elivania.

Fotos: Júlia Viana

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