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O "pomar" desconhecido da UFMT: campus tem grande variedade de frutas que muita gente não


Muitos estudantes que estão todos os dias na UFMT de Barra do Garças não sabem, mas o campus está repleto de bons frutos a oferecer a todo mundo que passa por aqui. São espécies nativas do Cerrado brasileiro e de outros biomas que proporcionam grandes benefícios nutritivos e medicinais. Durante várias épocas do ano (confira aqui a tabela) há grande fartura de frutas prontinhas para serem colhidas. Em muitos casos é só estender o braço e apanhar, direto da árvore, e se deliciar.

O Botoblog fez um passeio pelo campus durante os últimos meses e reuniu as principais variedades de frutos encontrados por aqui.

Jaca

À primeira vista, a jaca é uma das frutas mais estranhas que a gente conhece. Enorme, chegando a pesar até 15 quilos (um perigo para a cabeça dos distraídos), ela fica literalmente pendurada no tronco de uma árvore igualmente gigante, que alcança 20 metros de altura.

O cheiro não é lá essas coisas, mas a fruta é ótima para a saúde: rica em carboidratos e minerais como cálcio, fósforo, iodo, cobre e ferro. Também possui vitaminas A, C e do complexo B. A jaca pode ser consumida ao natural ou cozida. As sementes, sem pele e cozidas, também podem ser usadas como tira-gosto. O bagaço é utilizado principalmente na preparação de sucos, geleias e doces. Aqui na UFMT há três jaqueiras.

Murici

O murici, também conhecido como murici do brejo ou murici da praia, é uma fruta bem pequena e amarelada. É uma das frutas mais típicas do Cerrado, mas hoje em dia é até difícil de encontrar por conta da destruição desse bioma.

O muricizeiro é nativo do Nordeste brasileiro e encontrado também em regiões serranas e próximas ao litoral. Uma curiosidade é que desde de 1570 os indígenas já o conheciam. Inclusive, a palavra murici vem do Tupi-guarani e quer dizer “árvore pequena”.

As folhas podem ser utilizadas na medicina caseira, no combate à tosse e bronquite, e também como laxante natural. A casca da árvore serve como remédio para combater a febre. A fruta possui cálcio, fósforo, ferro e vitaminas como C, B1, B2 e niacina. Com ela dá para fazer diversas receitas como mousse, bolos, sorvetes, picolés, doces e até cachaças caseiras, muito populares na região.

Há mais ou menos 100 muricizeiros só aqui no campus da UFMT em Barra do Garças, plantados graças a um projeto de pesquisa.

Caju

O Caju também marca presença. Muita gente não sabe, mas o fruto, na verdade, é a castanha. Aquela parte suculenta, vermelha ou amarela, que a gente mais consome é o pedúnculo floral, chamado de “pseudofruto”.

É um detalhe à parte que ninguém lembra quando está se deliciando com o caju. O mais importante mesmo é o sabor tanto da polpa quanto da castanha e os benefícios que eles trazem para a saúde.

O caju possui vitamina C, zinco, ferro, cálcio, e desempenha um papel vital no fortalecimento do sistema imunológico contra infecções e na cicatrização de feridas. Também é extremamente importante durante a gravidez para o crescimento do feto, pois contém minerais eficazes no combate à anemia e no fortalecimento dos ossos.

A fruta pode ser consumida de diversas maneiras: fresca, cozida com curry, suco, fermentada em vinagre, em forma de molho-tipo chutney e até mesmo acompanhando drinques alcoólicos. O campus tem cerca de 20 cajueiros.

Pinha

Uma fruta que pouca gente sabe que existe no campus é a pinha. O fruto é de cor verde, mesmo quando maduro, mas muda de tom. Suas propriedades são compostas por vitamina C, complexo B, é rica em açúcares e sais minerais. As suas formas para ingestão são: batidas, licores, refrescos, bolachas, bolos, sorvetes, cremes, geleias, gelatinas, compotas, quindim, docinhos, doces-de-coco, doces-de-leite. São dois pés de pinha ao todo na UFMT.

Limão

Os 10 limoeiros do campus são disputados por alunos, professores e técnicos administrativos quando chega a época da colheita. Todo mundo quer levar um pouco pra casa.

A fruta tem componentes que fazem muito bem ao organismo humano. Originária do sudoeste asiático, ela é rica em vitamina C, complexo B e sais minerais (fosforo, cálcio e ferro). Os limoeiros são árvores pequenas, não atingem mais de seis metros de altura, mas dão uma grande quantidade de frutos. Sobra pra todo mundo

A fruta pode ser utilizada em temperos, sucos, doces, bolos, mousses, picolés, sorvetes (nesse calor é uma ótima pedida!) e até espremidos nos alimentos antes de ingerir.

Seriguela

A seriguela é uma das frutas mais populares do país, principalmente no interior. No campus da UFMT há três pés. Eles podem atingir até sete metros de altura e os frutos são bem pequenos, com pouco mais de oito centímetros e 15 gramas.

A seriguela tem minerais como cálcio, fósforo, ferro magnésio, manganês, zinco, sódio, potássio e cobre, vitaminas B1, B2, B3, caroteno, pró vitamina A e C. É uma fruta para o consumo in natura tanto verde quanto madura.

“Eu sabia que tinha o caju e a manga, as outras eu não sabia. Já me disseram que tem seriguela, limão e o pequi. Acho que a banana possui maior propriedade nutricional. Eu adoro seriguela, sem dúvidas é a que eu mais gosto.”, destaca Wildilliam Santos da Silva Campos, aluno do curso de Geografia.

Manga

A manga é uma das frutas preferidas da galera da UFMT. Ela é nativa da Ásia e foi trazida pelos portugueses. A manga possui diversos nutrientes como o cálcio, potássio, magnésio, vitamina C, vitamina do complexo B, vitamina A, fibras, fósforo, magnésio e cobre, que ajudam a proteger o organismo de inflamações e fortalecem o sistema imunológico em geral. Pode ser consumida in natura, em sucos, sorvetes, picolés, doces ou chutney entre outros. Há 13 mangueiras dentro do campus.

Acerola

No campus também tem acerola. O sabor do fruto é levemente ácido e o perfume é semelhante ao da uva. Ela possui vitamina A, B1, B2, B3, cálcio, fósforo, ferro e, principalmente, vitamina C. Pode ser consumida tanto in natura como industrializada, sob a forma de sucos, sorvetes, geleias, xaropes, licores, doces em calda entre outros.

Há dois pés de acerola no campus. Um deles bem na entrada do restaurante universitário, prontinho para a sobremesa depois do almoço ou da janta.

“Não imaginava essa diversidade de frutas por aqui, e a minha preferida é a acerola. Destacou-se ainda, que a acerola é rica em vitaminas C, uma vez que estimula o sistema imunológico.”, diz Anna Carolina Borges de Castro, estudante do curso de Engenharia de alimentos.

Pequi

E como estamos no Centro-oeste, no meio do Cerrado, e do ladinho “do Goiás”, não podia faltar aqui no campus o famoso pequi. Sim, tem pequi na UFMT, e muito: são aproximadamente 25 pequizeiros, boa parte localizada perto das salas dos professores e da ADUFMAT.

O fruto tem vitaminas A, C e E, e seu caroço é rico em óleos que podem ser usados pela indústria cosmética e até mesmo para a produção de biodiesel. Além de possuir atividades anti-inflamatórias é muito benéfico ao sistema cardiovascular, como indicam pesquisas realizadas pela Universidade de Brasília, que também revelaram que o fruto apresenta atividade antioxidante que previne mutações celulares que ocorrem em decorrência de tratamentos com quimioterapia.

Coco

Nos arredores da biblioteca tem três coqueiros. O coco apresenta óleos nutrientes que são essenciais para o nosso corpo. É diurético e evita até câimbras. O fruto contém cálcio, magnésio, fósforo, ferro, sódio, selênio, iodo, zinco, flúor, manganês e outros elementos. Além de beber a água e comer a castanha, com o coco dá para fazer farinha, óleos, leite e até açúcar, que chega custar uma pequena fortuna em lojas especializadas: 115 reais o quilo.

Goiaba

E no meio de tanta fruta não podia faltar a goiaba. Quem nunca comeu uma goiaba fresquinha, tirada do pé? Nos primeiros meses do ano, as 16 goiabeiras do campus ficam totalmente carregadas.

Suas principais propriedades são vitaminas A e do complexo B, além de sais minerais, como cálcio, fósforo e ferro. De modo geral, não tem muito açúcar e quase nenhuma gordura, sendo indicada para qualquer tipo de dieta e, de preferência, deve ser comida crua, pois é a forma em que conserva todas as suas propriedades nutritivas, principalmente a vitamina C. É bastante usada para fazer sucos, doces e geleias.

Mamão

E o mamão? Aqui também tem. Os pés ficam em locais mais afastados e são apenas dois. Suas propriedades envolvem antioxidantes como os carotenoides, vitamina C e flavonoides, vitaminas do complexo B, ácido fólico e ácido pantotênico, e os minerais potássio, cobre e magnésio, além de fibras.

Banana

Por mais que andem um pouco escondidas dentre diversas árvores frutíferas, por aqui também dá pra encontrar quatro bananeiras. Os cachos de bananas podem ter cinco a 20 pencas e pesar de 30 a 50 quilos. A banana é rica em carboidratos, fibras, vitaminas A e C, B1, B2, B6, B12 e minerais (cálcio, potássio, fósforo, ácido fólico, ferro e magnésio), e ainda possui baixo teor de gordura.

A banana contém 3 tipos de açúcares naturais: sacarose, frutose e glicose, que combinados com a fibra, fornece grande energia ao corpo. Ela pode ser consumida in natura e misturada com aveia e pode até substituir o café da manhã, justamente devido a sua grande concentração de nutrientes. Ela também pode ser usada nos mais variados tipos de pratos: salada de frutas, mousse, vitaminas, bolos, tortas, mingau, entre outros.

“Eu já tinha visto e até comido algumas dessas frutas. A que eu menos gosto é o pequi e as que eu mais gosto são a banana e a manga.”, relata Robert Wilkerson Theotonio Ferreira da Silva, do curso de Biologia.

Amora

E quem aí nunca ouviu aquela expressão antiga: “Você gosta de amora? Vou contar para o seu pai que você namora!” (muitos risos). Essa é antiga MEEESMO. Parece piada de tiozão, no melhor estilo "É pavê ou pacumê?", mas o que importa é que essa frutinha tem várias propriedades nutritivas. São ricas em vitamina C, fazem a alegria da criançada e dos passarinhos e ainda são a matéria prima para saborosas geleias, vinhos e licores, assim como uma infinidade de sobremesas. Pena que há só duas solitárias amoreiras no campus.

Ingá

Chegando (finalmente!) à última escala desse nosso passeio pelas árvores frutíferas do campus da UFMT de Barra do Garças encontramos apenas um pé do exótico ingá-cipó, uma espécie de ingá originário da Amazônia mas que se encontra em diversas regiões do país, mais próximo aos rios e lagos.

O seu fruto é uma longa vagem que contém sementes envolvidas por uma polpa branca. Possui propriedades medicinais valiosas a nossa saúde, como adstringentes, antirreumáticas, antiartríticas e disentérica. Normalmente, o ingá costuma ser consumido ao natural, especialmente em regiões onde ele é facilmente encontrado, e como ingrediente principal de receitas, como massas, picolés, sorvetes, mousses e doces.

“Não sabia que havia essa vasta quantidade de frutas no campus e dentre essas frutas as que mais gosto e consumiria no dia a dia são: goiaba, amora, murici, acerola e seriguela.”, comenta Maria Gabrielly Spagnol, do curso de Engenharia de alimentos.

Assim como muitos estudantes ouvidos pela reportagem, o aluno do curso de Direito Victor Cesar Ananias ficou surpreso em saber da quantidade de frutos que o campus tem: “Já ouvi comentários de algumas dessas frutas listadas, mas nunca tinha ouvido falar de outras. A universidade só sai ganhando com isso, inclusive acho que deveríamos ter mais árvores frutíferas. Toda a comunidade do Campus Universitário do Araguaia pode se alimentar, até mesmo os animais que se encontram por ali., e deixando a UFMT ainda mais arborizada. Enfim, só benefícios.”

A nutricionista Raiele Oliveira Rodrigues explica que as frutas são alimentos muito importantes por conta da sua riqueza de nutrientes, vitaminas, fibras e sais minerais, que são essenciais ao bom funcionamento do nosso organismo. “Na nutrição existe um termo muito utilizado que é a variedade, no qual destacamos que nenhum alimento, no caso as frutas, uma é melhor que a outra, ou seja, por maior que seja o valor nutritivo de uma ou outra é necessário o consumo de diferentes frutas, um só tipo não basta. Assim estaremos consumindo uma variedade de nutrientes presentes em cada uma delas.”

Segundo Raiele, “Em relação à essa quantidade de frutos presentes no campus, pode-se considerar uma terra privilegiada, no que diz respeito à produção de frutas. Espero que as pessoas, tanto administradores e alunos desse campus, valorizem e apreciem essa verdadeira 'mina' de vitaminas, fibras e sais minerais.”

Na cara de todo mundo ou “escondidas” em lugares mais discretos, as frutas estão presentes no campus inteiro. Fazem parte do dia a dia dos estudantes e de todo mundo que circula por aqui. Frutas de várias espécies, formas, tamanhos, sabores e propriedades nutricionais e medicinais. Para aproveitar esse presente da natureza, basta desligar um pouquinho da correria do dia a dia e perceber que o mundo ao seu redor está farto de bons frutos.

A todos, bon appétit e muita saúde! 😉

Fotos: Bruno César M. de Oliveira

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