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A TEMPORADA DO FOGO DE 2021

27/07/2021

Foto: Arquivo 1°CIBM de Barra do Garças – MT




A chegada da estação seca em boa parte do país traz consigo a preocupação com os incêndios florestais na Amazônia e no Pantanal, após os dois biomas registrarem em 2020 um grande recorde de queimadas, resultando no desmatamento e a extinção dos ecossistemas. Provavelmente instigados por ações humanas na grande maioria de suas manifestações, implicações motivadas para a execução de atividades pecuária, projetos de extração de madeira, mineração, estímulo à grilagem de terras públicas, retomada de grandes obras entre outras graves ações.

De acordo com dados divulgados no início de julho, pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais - INPE, já foram registrados pelo satélite de referência 6.959 focos de calor neste ano. Encerramos o mês de junho com mais um recorde atingido, comparado ao ano anterior, houve um aumento de 2,6% nos focos. Na Amazônia, esses números tendem a ultrapassarem os anteriores, com o passar dos tempos o desmatamento só cresce, trazendo graves consequências para funcionamento dos ecossistemas, aumentando os gases que colaboram com o efeito estufa e muitos outros impactos negativos para o meio ambiente.

Em uma nova análise feita por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia - IPAM e do Woodwell Climate Research Center há uma grande soma das áreas desmatadas em 2019 que ainda não se recuperaram, e se encontram em estado de vegetação seca. Elas estão propensas a novas queimadas principalmente no sul da Amazônia que tem experimentado condições climáticas secas desde o ano passado. Os pesquisadores alertam que seja necessária uma atenção especial para esses possíveis fenômenos, pois áreas com muito combustível disponível para queimar, e com condições climáticas mais secas estão propensas a riscos maiores, fugindo do controle e se transformando em incêndios florestais.

Todos esses dados são ainda mais alarmantes quando se percebe que a “temporada do fogo” está no seu período inicial, batendo recordes antes mesmo do segundo semestre do ano, que é quando se manifesta efetivamente.

De acordo com o Capitão Kunze, comandante da 1°CIBM de Barra do Garças – MT, “no ano de 2021, em Barra do Garças, foi elaborado um termo de cooperação entre prefeitura municipal, corpo de bombeiros militar e secretaria estadual de meio ambiente. Nessa parceria, as instituições unem forças para agir no combate aos incêndios e nas atividades preventivas. No âmbito estadual, o governo do estado investiu mais de 38 milhões para as ações de prevenção e existem instrumentos de respostas espalhados por todo estado no combate aos incêndios.”

Uma das disposições do acordo é a disponibilização de brigadistas para o combate aos incêndios no perímetro urbano de Barra do Garças, a prefeitura também promoveu em 2021 o II Fórum Prev Queimadas, que teve início na semana do meio ambiente, com o objetivo de conscientizar a população sobre o perigo das queimadas. Essa parceria se estende à gerência do Parque Serra Azul. Os serviços prestados são chamados de ciclo completo, composto pelas técnicas de preparação, prevenção, combate e responsabilidade. O Capitão informa que a quantidade de brigadistas aumentou desde o início do projeto e que “essas ações são fundamentais na atividade de educação ambiental” e que “deste modo, todos os agentes somam forças e atuam de maneira conjunta”.

Ele explica que as causas responsáveis pelos incêndios na região podem ocorrer por muitos motivos, mas na grande maioria das vezes, por atos imprudentes, “Em grande maioria, observa-se incêndios iniciados por desmatamentos ou por atos irresponsáveis, como jogar cigarro na rodovia. Muitos incêndios são iniciados com limpeza de lixos e terrenos, que perdem controle”.

A melhor forma da sociedade evitar e se proteger nesse período é prevenindo os incêndios e denunciando-os, além de manter os terrenos limpos para impedir a ação de criminosos que ateiam fogo. “Além da educação ambiental, as multas e autuações ambientais geram responsabilização das pessoas que utilizam o fogo nas atividades cotidianas”. Atualmente, na saúde, existe um significativo aumento no número de pessoas com doenças respiratórias, além dos animais e vegetações que estão se perdendo devido às chamas, natural ou não, prejudicando a fauna e flora, transformando riquezas naturais em cinzas e vidas em extinção.



Mayara Correia



Foto: Arquivo 1°CIBM de Barra do Garças – MT

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