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Arraias e seus ferrões: o que fazer em casos de acidentes

Em temporada de praias banhistas devem tomar precauções ao entrar nos rios para não sofrer acidentes com arraias.


Por Raí Santos


A frase do capitão bombeiro militar e comandante adjunto da 1ª Companhia Independente Bombeiro Militar (CIBM) Hermínio Dutra Ramalho, “arraias não atacam, elas se defendem” mostra o quanto devemos tomar cuidado quando entramos em rios no Vale do Araguaia, pois as arraias ficam, muitas vezes, camufladas na lama. O capitão comenta que as arraias só atacam quando se sentem ameaçadas ou quando pisamos em cima delas dentro da água. 

Ao ser atingido pelo ferrão de uma arraia, a pessoa deve ligar para  os bombeiros no 193 e ou procurar pronto-atendimento. Segundo Ramalho, que tem 26 anos de carreira como bombeiro militar em Barra do Garças,  é raro ter casos de acidentes envolvendo arraias na cidade. O militar explica uma forma de não ter problemas com a autodefesa da arraia, “você deve entrar com um pedaço de madeira no rio mexendo na água e não entrar de uma vez”, alerta ele.


Cuidados médicos que a pessoa deve ter ao sofrer algum acidente com as arraias

O médico Lucas Agustin Acri, que atende na UPA de Barra do Garças, comenta que se houver sangramento após ser atingido pela arraia,  a pessoa não deve apertar o local para que o sangramento não aumente. O médico falou que “ se der para puxar, você puxa o ferrão e se não sair não mexe mais no local, porque aqui (UPA), a gente consegue tirar. Ele ainda comenta que, se o tratamento, ou seja, a pessoa atingida não procurar o médico, o local pode evoluir para uma infecção, podendo ter complicações mais graves.  Ele frisa que o tratamento é realizado com antibióticos e depois é só aguardar a cura do ferimento. 

As arraias possuem ferrão e são venenosas, seu ferrão pode chegar de 2 cm até 37 cm, todas as espécies de água doce possuem ferrão. 

A bióloga formada pela UFMT, Sthefany Gonsalves Teixeira, explica que  “ a Potamotrygon motoro, conhecida como arraia-de-fogo, habita a bacia do rio Araguaia. Possui manchas como se fossem rosetas de onça pintada pelo corpo.”  Ela também fala sobre o veneno: “as arraias possuem toxinas nos espinhos situados na parte posterior da cauda, os populares ferrões que são seu mecanismo de defesa. Sthefany ainda comenta que a arraia “lança a sua cauda e crava os espinhos no pé ou na perna da pessoa, o que libera a toxina”. O veneno é modificado de acordo com a pressão ambiental, idade e sexo do animal, concluiu a bióloga. 

Funcionários de barracas da praia do Bosque em Barra do Garças relatam que já viram uma arraia no local nesta temporada de praia, mas nunca presenciaram nenhum acidente

Beatriz Morais disse que viu uma arraia enrolada na corda que fica para demarcar até onde as pessoas podem ir para tomar banho. Beatriz diz que foi a única que apareceu até agora nessa temporada de praia. 


Curiosidades

  • As arraias de água doce são de três tipos:Potamotrygon, Paratrygon, Plesiotrygon, a mais comum é a Potamotrygon que possui cerca de 20 espécies.

  • Ainda não existe antídoto para a ferroada de uma arraia, então os medicamentos utilizados para tratar a ferroada são analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos.

  • As arraias são peixes com cartilagem.

  • As arraias de água doce podem ser chamadas também de raias. 


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