Casos de Dengue em Barra do Garças aumentam no ano de 2024
Segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, o número de casos cresceu cerca de 37,92% em relação ao mesmo período do ano passado
Por: Giovana Passos.
Os casos de dengue em Barra do Garças vem crescendo a cada ano, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde de Mato Grosso, o número de casos cresceu cerca de 37,92% em relação ao mesmo período do ano de 2023. O número é considerado alto visto que é uma doença que desencadeia alguns sintomas que podem ser considerados fatais para a vida. No mesmo relatório epidemiológico, são registrados mais de 700 casos suspeitas ou confirmados da doença na cidade.
Segundo a Vigilância Ambiental de Barra do Garças é de suma importância que a população se atente aos cuidados para prevenção da doença, já que o mosquito contaminado não se reproduz apenas em água parada e limpa.
“O mosquito da dengue, aedes aegypti, pode ter 50% das larvas deixadas pela mãe já infectadas antes de seus ovos eclodirem, e se antes esses mosquitos tinham que ter um lugar adequado para que o seus ovos pudessem se maturar adequadamente, isso não é mais necessário” explica Nelson Vinicius, atuante na Vigilância Ambiental da cidade.
Ele completa ainda dizendo que “é importante a população se atentar aos ambientes propícios à dengue, como por exemplo: prato de plantas, esse é um dos principais, já que percebemos que a população voltou a utilizar esse tipo de objeto. Outro importante, é a vasilha com água deixada para animais de rua, sabemos que a intenção é boa, mas é um ambiente propício ao mosquito’’, diz ele.
Segundo o médico Felipe Santos, um dos principais sintomas é ‘’dor retroocular (no fundo dos olhos), associado a uma dor intensa no corpo, febre maior que 37,8°C (aferida com termômetro), cefaleia (dor de cabeça) e também um quadro de inapetência (perda de apetite). “Esses são sinais e sintomas que chamam a atenção pensando em uma região com maior prevalência de arbovirores, entre elas, a dengue. Por ser um quadro viral, é autolimitado e tende a demorar um ciclo de até 7-10 dias para recuperação do bem estar do paciente’, afirma o médico.’
Apesar de serem frequentemente associadas a outras doenças por parte da população, o médico relata que é sempre importante procurar ajuda especializada, pois apesar de ter um quadro clínico parecido com outras doenças transmitidas por mosquito, a conduta tomada no início da doença pode ser fundamental para a doença não evoluir clinicamente.
‘’Manter o paciente hidratado e se alimentando. Sintomas como coceira, presença de petéquias (manchinhas vermelhas pelo corpo), a dor no corpo bem intensa são características marcantes da dengue que não são tão comuns em outras arboviroses. Mas, de novo: uma investigação médica é fundamental para diferenciar e iniciar o tratamento. (...) Vale lembrar que a dengue pode evoluir para uma dengue hemorrágica (a depender de cada caso). ‘’ orienta o médico Felipe Santos.
“Senti muitas dores, principalmente nas articulações", relata Luiza Nonato, de 16 anos. Apesar da pouca idade, ela descreve momentos difíceis com o vírus da dengue e que seguir as orientações médicas fez com que alguns sintomas não fossem não potente, como é em alguns casos.
O médico relata que a recomendação é ‘’o uso de analgésicos que podem ser para o alívio da dor muscular e para baixar a temperatura. Nesse sentido, cada indivíduo possui um histórico único de evolução dos sintomas. Procurar ajuda médica é fundamental para um seguimento individualizado de quais medicações podem ser utilizadas”, orienta o profissional.
Outra medida preventiva por parte da população é a vacina, que em Barra do Garças pode ser encontrada em clínicas particulares até o momento. Em alguns locais do Brasil já foram distribuídos algumas doses em postos de saúde, mas infelizmente, não está disponível para todas as localidades.
Outro agravante considerável é que, Infelizmente, neste época do ano, não há campanhas de prevenção contra a dengue, apenas quando há a retomada de chuvas na região. Por isso, é de grande importância que a população se atente às medidas preventivas e a vacina quando é distribuída pela unidade básica. E se houver alguns sintomas descritos procurar ajuda especializada.
CIÊNCIA
Um artigo publicado recentemente no The Lancet pelo Instituto Butantan em parceria com o Instituto Nacional de Saúde (NIH) mostra resultados da terceira fase de uma vacina para a dengue, denominada de Butantan-dengue (Butantan-DV) e de dose única. Segundo dados da pesquisa, a eficácia da vacina é algo em torno de 70% em uma comunidade populacional de idade entre 2 a 59 anos.
A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) também fez sua parte para o desenvolvimento da vacina, através de coletas realizadas em todo o estado de Mato Grosso por professores. Não é de hoje que a universidade se encontra empenhada na construção de desenvolvimentos científicos, sendo um lugar de referência e orgulho para toda a comunidade.
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