COP26: a conferência mais importante sobre mudanças climáticas
A COP26 está sendo sediada pelo Reino Unido e com programação abordando diversos assuntos da temática climática e da preservação de ecossistemas
Fonte: ukcop26.org
A COP26 está acontecendo agora em Glasgow na Escócia. A conferência teve início no dia 31 de outubro e vai até 12 de novembro e a cada semana aborda assuntos de grande relevância a respeito do meio ambiente. Ela é o evento mais importante do mundo sobre mudanças climáticas e onde se concentram grandes nomes como Boris Johnson (primeiro-ministro britânico), Joe Biden (presidente dos E.U.A.), Barack Obama (ex-presidente dos E.U.A.) e a ativista Greta Thunberg.
O que é a COP?
A COP (Conferência das Partes) acontece desde 1995 e, em sua primeira edição realizada em Berlim, Alemanha, findaram-se acordos importantes como o Protocolo de Quioto (definiu qual o limite de emissões que os países desenvolvidos deveriam ter até 2012) em 1997 e o Acordo de Paris (para limitar o aquecimento global), em 2015.
A cada ano ocorre a conferência, mas no ano passado não aconteceu devido a Covid-19. Além disso, a desse ano é uma das mais importantes, pois o último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) alertou que as temperaturas estavam subindo e que se não tomarmos medidas para diminuir esses efeitos e emissões de gases, não haveria futuro para a vida na terra. “A ciência é clara: um aumento de temperaturas dessa magnitude até o final do século pode significar, entre outras coisas, um aumento de 62% nas áreas queimadas por incêndios florestais no Hemisfério Norte durante o verão, a perda de habitat de um terço dos mamíferos no mundo e secas mais frequentes, durando entre quatro e dez meses” afirmou a ONU em seu site sobre a COP26.
São metas da COP26:
- Neutralizar a emissão de gases e manter a temperatura média global em 1,5ºC;
- Adaptar-se para proteger comunidades e hábitats naturais;
- Mobilizar US $ 100 bilhões em financiamento climático todo ano até 2020;
- Trabalhar juntos para enfrentar os desafios e entregar um planeta mais saudável.
- Finalizar o Livro de Regras de Paris, firmado em 2015, é um acordo internacional para evitar o aumento da temperatura do planeta ocasionado pelo aquecimento global. (detalhes para tornar o Acordo de Paris operacional);
- Acelerar as ações para enfrentar as crises climáticas com colaboração dos governos, grupos ativistas, empresas e etc...
Falas importantes
Durante a abertura da COP26, uma fala que se destacou foi a do secretário-geral da ONU, António Guterres, que alertou sobre a gravidade dos avanços climáticos e da não preservação “estamos no caminho para um desastre climático” e “cavando a sua própria sepultura” declarou o Guterres.
Além dos nomes famosos, na COP 26 foi destaque durante a abertura da conferência, a jovem ativista indigena Txai Suruí, da etnia paiter-suruí. Ela foi a primeira indígena brasileira a discursar na abertura da COP; sua fala foi muito repercutida e de peso “A terra está falando. Ela nos diz que não temos mais tempo” disse Txai.
Após sua fala, ela foi criticada pelo presidente Bolsonaro e sofreu ataques nas redes sociais “eu só vim trazer a realidade dos povos indígenas. E, depois desse pronunciamento dele, eu venho recebendo muitas mensagens racistas, misóginas, mensagens de ódio nas minhas redes sociais, fake news, querendo descredibilizar o meu discurso, a minha pessoa. Sendo que eu estou para uma luta que não é só minha”, disse ela à BBC News.
Txai Suruí falou sobre a vivência indigena e sobre os sinais que a terra está nos dando.
Fonte: (Karwai Tang/ UK Government/Reprodução)
Mato Grosso na COP 26
O Mato Grosso não ficou fora da COP 26, o governador Mauro Mendes e outros 9 servidores se juntaram às discussões da conferência levando como pauta das discussões as metas alcançadas pelo Mato Grosso em produção sustentável.
Coletivo Bem Viver Araguaia de Barra do Garças (MT)
Fonte: Reprodução/Instagram
O Coletivo Bem Viver Araguaia, de Barra do Garças (MT), é ligado ao Núcleo Barra do Garças, do PSOL, e busca o equilíbrio entre sociedade e natureza. Em entrevista, o coletivo apontou que é fundamental valorizar e resgatar o conhecimento dos povos tradicionais, tanto no cultivo como no consumo de alimentos, pois possuem conhecimentos milenares que foram apagados para a consolidação capitalista e a manutenção do lucro.
Vinicius Ribeiro
