EcoPonto: Escolas são destaque em arrecadação de materiais recicláveis

13/07/2021

Material reciclável armazenado no CMEB Francisco Antonio Marcucci /FOTO: Isadora Barbosa

Em 2017, a Câmara Municipal de Barra do Garças aprovou por unanimidade o projeto de lei 03/2017, o qual dispõe sobre a criação EcoPontos no município, locais para o descarte de resíduos recicláveis. O então vereador municipal e autor do projeto, Dr. Cleber (DEM), anunciou que, “tenho observado esse problema crônico em nossa cidade, em que as pessoas, não tendo onde dispensar de forma correta e adequada seus objetos usados, depositam em áreas públicas ou até mesmo em terrenos baldios, áreas de preservação ambiental e pontos turísticos, o que causa além do impacto ambiental, impacto visual e um grave problema de saúde”.

Os EcoPontos são locais de entrega voluntária de resíduos recicláveis, criados com o objetivo de dar fim ao despejo desses itens em vias públicas, rios e terrenos baldios. Esses pontos de coleta armazenam, principalmente, metal, papel, papelão e plástico, que serão encaminhados às centrais de triagem. Descartados incorretamente, esses resíduos ocasionam desde problemas de saúde à enchentes, aumentando os gastos com a limpeza pública.

Inicialmente, a colaboração entre o governo municipal e os centros municipais de ensino infantil e básico foi essencial para a efetivação do Projeto. O Centro Municipal Francisco Antonio Marcucci, localizado no bairro Santo Antonio, é um EcoPonto ativo, arrecadando resíduos recicláveis. Irmã Lúcia, como é conhecida Lúcia de Salles Gonçalves, relata que, a princípio, “somente nossa escola participava [do projeto].” Embora a adesão ao projeto não tenha sido voluntária, por dois anos consecutivos, Marcucci destacou-se na coleta de resíduos descartáveis, sendo premiada em 2018 com o Selo Verde.

Perguntada sobre a participação da comunidade no Projeto, Irmã Lúcia afirma que os alunos e suas famílias contribuem para o funcionamento do EcoPonto na instituição. Ela ainda menciona que as crianças são parte fundamental, pois “temos que começar pelas crianças, os adultos não têm essa consciência da importância de cuidar do Meio Ambiente”, afirmando que as crianças são os principais incentivadores, “não tem ninguém melhor do que eles para incentivar os pais a cuidar do Meio Ambiente também”.

Além dos alunos e seus responsáveis, os docentes e demais funcionários contribuem com a coleta, descartando os seus resíduos recicláveis no EcoPonto da instituição. Com o início da pandemia de Covid-19, porém, a arrecadação foi parcialmente comprometida, pois se anteriormente os alunos levavam esses materiais durante a semana de aula, agora, a arrecadação só ocorre no dia da entrega das atividades a serem realizadas em casa. “Agora, como estamos no período de pandemia, nós, através dos grupos de WhatsApp, comunicamos o dia da entrega de material”, explica Irmã Lúcia.

Por fim, Irmã Lúcia destaca a importância do projeto, como a conscientização dos moradores do município e a preservação do Meio Ambiente. “Eu acredito que ajuda aos pouquinhos, a conscientizar de família em família, e eu acredito que, com essa conscientização, a nossa cidade pode melhorar, e o nosso meio ambiente também.”

O CMEI Profa. Esmeralda Gomes de Carvalho, também localizada no bairro Santo Antonio, funciona como local de coleta de resíduos recicláveis. Sandra Beatriz de Jesus Sousa, atual diretora do Centro de Ensino, conta que a empresa responsável pela coleta dos resíduos arrecadados nas instituições participantes do projeto, disponibiliza um recipiente para que os materiais sejam armazenados de forma segura e organizada.

Em 2019, o CMEI foi presenteado com jogos educativos e alimentos, recompensa pelo empenho aplicado na arrecadação de resíduos para o EcoPonto, mas com o agravamento da pandemia, o recolhimento decaiu. “Em 2020 já não tinha tanta participação dos pais, porque as aulas presenciais foram suspensas e agora, 2021, está do mesmo jeito. Nós, funcionários da instituição, estamos trazendo o lixo reciclado para participar do projeto EcoPonto”.

“Eu acho muito importante, porque você começa ensinando a ter consciência ambiental desde pequeno. Infelizmente, muitos pais não têm essa consciência”, afirma Sandra, quando perguntada sobre a relevância do projeto para a instituição, e o ensino e consciência que proporciona aos estudantes, crianças da faixa etária de um ano e meio até cinco.

O Secretário Municipal de Meio Ambiente, Clerismar Ferreira de Oliveira, aponta que houve uma diminuição na arrecadação de resíduos recicláveis, mas, apesar da pandemia de Covid-19, os EcoPontos continuam ativos, e que “a finalidade do Projeto não é a quantitativo coletado e sim o processo de construção de uma postura cidadã e socioambiental adequada”. Oliveira afirma que apesar dos imprevistos e problemas causados durante a pandemia, a adesão ao Projeto, tanto das escolas quanto da população, mostrou-se positiva. “Percebemos que gradativamente e de forma exitosa estamos conseguindo desenvolver as ações propostas no Projeto, de modo a provocar mudanças socioambientais”.

“Com o intuito de diminuir a quantidade de resíduos que são dispensados no ecossistema e de conscientizar as crianças para preservar o Meio Ambiente, esse Projeto vem contribuindo com o aumento significativo sobre o conhecimento dos danos causados no ambiente pela disposição indevida de resíduos, a segregação correta do material reciclável e orgânico, bem como as influências positivas direta e indiretamente para o ser humano”, conclui Oliveira.

O descarte correto de resíduos protege o Meio Ambiente e a comunidade, além de exercitar os princípios da coleta seletiva, e para isto, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, através do projeto EcoPonto, distribuiu pelo município locais para descarte localizados nos centros de ensino do município. Todas as instituições contam com o apoio da comunidade para dar continuidade ao Projeto.