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Incentivo às causas ambientais: Novo projeto promove ações coletivas na região do Vale do Araguaia

29/06/2021

FOTO: Retirada da rede social do coletivo



A região do Vale do Araguaia conta com um novo coletivo socioambiental, o “Aldeia do Cerrado”, criado em agosto do ano de 2020, através de um grupo de amigos pela rede social whatsapp, com o intuito de debater ações realizadas por uma multinacional que estava poluindo o leito do Rio Araguaia. Após denúncias feitas por meio de postagens nas redes sociais, o grupo se mobilizou para decidir as possíveis ações que poderiam contribuir para o impedimento da poluição do rio. Assim, a partir de discussões, surgiu a ideia de criar uma organização que trabalhasse em prol da preservação da natureza, atraindo a atenção da população local para essas questões

A colaboradora Anne Carmo conta que os debates evoluíram, com um novo propósito, de recolher o lixo em alguns pontos da cidade como a Cachoeira do Recanto, Cachoeira “Pé da Serra”, lajedo, entre outros. Além da coleta de lixo, também começaram a produzir placas com frases de conscientização, colocadas nas trilhas que dão acesso às cachoeiras. O coletivo tem planos para ampliar o alcance do público e formar novas parcerias que ajudem nessa causa. Hoje, o projeto busca arrecadar uma quantia necessária para aprovação do seu estatuto nos órgãos responsáveis por esse registro, ainda em fase de elaboração pelos responsáveis, para que possam se estabelecer como organização sem fins lucrativos – ONG.

Os planos não param por aí, em conversa com Anne, a proposta do projeto é que futuramente possam realizar palestras, seminários, oficinas, festivais e apresentação de novas ferramentas para auxiliarem na reeducação ambiental da população, conscientizando os cidadãos que usufruem desses locais. Atualmente, o grupo de whatsapp conta com quase 100 participantes, desses, apenas 15 voluntários contribuem ativamente na coleta, que é realizada de acordo com a disponibilidade de cada um. O coletivo não tem apoio financeiro de nenhuma instituição e falta recursos para a compra dos materiais básicos necessários, como por exemplo, os sacos de lixo, luvas e botas adequadas. Para poder custear tais materiais, eles realizam rifas para a arrecadação de dinheiro.

Anne reforça que é essencial a população passar a enxergar as cachoeiras e os rios como áreas de preservação ambiental e não simplesmente como espaços de lazer. Também cita a importância do apoio de todos com a inserção de mais voluntários ativos, propondo-se a engajar no projeto. Em março deste ano, alguns dos colaboradores do coletivo foram convidados pela SEMA (Secretaria de Estado de Meio Ambiente) para um bate-papo que envolveu ideias e estratégias de conscientização e proteção dos recursos naturais em nossa região, com novas políticas a serem adotadas.

Junto à SEMA, o coletivo Aldeia do Cerrado pretende construir um trabalho de educação ambiental, como por exemplo, caminhadas e trilhas ecológicas guiadas por um biólogo do Parque Serra Azul. Neste projeto, a ideia é fazer com que a população esteja integrada e possa conhecer o parque, as espécies da fauna e flora presentes na região, além de entender sobre a zona de proteção ambiental. O projeto visa ser realizado posteriormente em parcerias com escolas, almejando como público iniciante crianças e adolescentes. A princípio, a caminhada ecológica seria proposta apenas à população em geral, contando com um sarau ao final para expor a importância da questão ambiental, criando uma aproximação da Aldeia com a população.

Hugo Lins, colaborador voluntário no projeto, é um dos responsáveis por documentar e registrar todo o processo e trabalho realizado, fotografando e filmando os integrantes em ação. Também escreveu o estatuto, possibilitando o processo de formalização jurídica do coletivo, enquanto organização não-governamental. Ele explica que o objetivo do grupo vai além do “recolher o lixo”, é propor uma experiência para conscientizar o cidadão a ter responsabilidade coletiva, levando a uma interação como população conjunta, trabalhando unida em prol de uma questão social e impulsionando as pessoas a terem essa consciência ambiental.

O projeto também chama atenção afim de mostrar a real situação do cerrado, para que seja compreendido além de suas belezas, mas como a verdadeira savana brasileira, precisando de cuidados e proteção. A falta de valorização desse bioma tem se tornado o maior obstáculo para ele continuar vivo, destacando que é possível um desenvolvimento econômico sustentável, que cuide desta vegetação e seus nativos.

O coletivo Aldeia do Cerrado traz essa missão de mudanças, com pequenas ações, mas gerando grandes impactos, protegendo um pedaço do quintal mato-grossense com a esperança de motivar a população.


Camila Coimbra

Mayara Correia



FOTOS: Retiradas da rede social do coletivo

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