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ÍNDICE DE DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA LEGAL TEM AUMENTO NOS ÚLTIMOS ANOS

Por: Arimara Thaís



Foto: Infoglobo

Recordes nas taxas oficiais de desmatamento na Amazônia, vem acontecendo desde 2019. O Prodes (sistema que traz as taxas oficiais) comparou os anos de 2018 à 2021, onde foi constatado um aumento de 73% em suas taxas.


Em 2018, o sistema registrou cerca de 7,5 mil km² de desmatamento. No ano seguinte, quando Bolsonaro já havia assumido, a taxa subiu para 10,1 mil km². Em 2020, houve o aumento para 10,9 mil km² e em 2021, o número subiu para 13 mil km².


De acordo com o biólogo Rafael Nunes, o aumento representa “sobretudo, a adoção pelo governo federal de uma política frouxa de fiscalização. O desmonte dos órgãos de fiscalização, sobretudo o Ibama, e também ideologicamente um discurso que coloca a destruição da floresta como prioritário.”


Questionado sobre esse avanço, ele diz que “o aumento do desmatamento nos últimos anos também representa um avanço do agronegócio sobre as áreas protegidas. É uma lógica de avanço econômico, de altos lucros, de ganho fácil, em torno de um bem valioso que são as florestas, o solo, as águas.”


Sabemos que com o avanço do desmatamento, há diversas consequências. Como por exemplo, a mudança climática. Diante disso, o biólogo vai dizer que “as consequências sobretudo recaem sobre o clima global e regional. Já que a manutenção da floresta está relacionada a manutenção das dinâmicas climáticas que conhecemos. Que seria o regime de chuva, das cheias, das secas, que estão relacionadas com a manutenção da vegetação nativa, sobretudo das florestas”.


Ele complementa dizendo que “há perdas de biodiversidade. Dos animais, das plantas e de outras formas de vidas. E que como consequência é também uma agressão aos povos e comunidades tradicionais que dependem da floresta como meio de vida. Na economia florestal, na espiritualidade, entre outros aspectos”.


Houve alta em 2022


O Prodes ainda não divulgou os dados referentes à 2022. Mas o Deter, sistema do Inpe, que emite alertas de desmatamento diariamente, apresenta recorde também. De agosto do ano passado a outubro deste ano, foram registrados cerca de 12,3 mil km² de perda de florestamento. Vale ressaltar que isso soma cerca de mil km² a mais que o mesmo período anterior (agosto de 2020 à outubro de 202).


Crescimento na AMACRO


A devastação disparou cerca de 40% nos primeiros três anos de governo Bolsonaro. Houve um aumento nas regiões do Sul do Amazonas, leste do Acre e noroeste de Rondônia.

O projeto de fortalecimento do agronegócio, conhecido como Amacro, entre 2019 e 2021 registrou um desmatamento de 8.730km². Em 2022, o avanço do desmatamento na área, registrou cerca de 3.988 km² derrubados nos 32 munícipios que compõem a zona de Desenvolvimento Sustentável (ZDS) Abunã- Madeira. É importante ressaltar que Porto Velho é o epicentro do desmatamento. Só na capital de Rondônia, o crescimento foi de 44% em relação aos 3 anos anteriores.

O que fazer para diminuir esse impacto?


Perguntamos ao Rafael se há possibilidade de diminuir esse impacto causado pelo desmatamento. Ele vai dizer que “o impacto em si do desmatamento é muito difícil de se recuperar, mas que há formas de diminuir os ritmos atuais. Que começa por uma política de estado que reafirme o valor da floresta em pé.

É uma política de estado que se preocupe com a mudança climática e também que valorize os povos de comunidades tradicionais. Essas políticas já existem e precisam ser retomadas”. Além disso, o biólogo considera importante “o aumento da fiscalização em relação os crimes e vistos ambientais.

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